fulvio não é cassado

Claudinei, Serginho e Pardal impedem a cassação do vereador Fúlvio Brandão

Um dia depois do Natal, quando muitos comemoram a renovação da esperança e da justiça simbolizada pelo nascimento de Cristo, a cidade de Caeté assistiu a mais um capítulo de retrocesso político em sua Câmara Municipal. O tão aguardado julgamento do vereador Fúlvio Avalonny Ratto Brandão, acusado de irregularidades que há meses mancham a imagem da casa legislativa, terminou em frustração e sentimento de impunidade.
 
Convocada pelo presidente da Câmara, a sessão de julgamento era vista como uma oportunidade para restaurar a confiança da população em seus representantes. Contudo, a política local mostrou mais uma vez que alianças, interesses e omissões falam mais alto do que o compromisso com a verdade e a ética.
 
As Vozes do Debate
 
Durante as quase três horas de reunião – uma das mais longas da história recente da Câmara – todos os vereadores tiveram a oportunidade de se posicionar. O debate expôs a divisão interna da casa:
 
O vereador Claudinei do Vale acusou o processo de ser motivado por perseguição política, alegando que os aliados do prefeito Lucas Coelho estavam por trás das denúncias contra Fúlvio.
  1. Serginho criticou a suposta falta de tempo hábil para análise do conteúdo das acusações, questionando como antigos aliados de Fúlvio não identificaram irregularidades anteriormente.
  2. Por outro lado, Diemerson Porto destacou que as denúncias são conhecidas há tempos e vieram da própria população, afirmando ser papel dos vereadores julgarem os fatos de forma imparcial e independente.
  3. O vereador Fúlvio Brandão se defendeu e disse que ele não é reu no Ministério Público, ao contrário de outros vereadores envolvidos na famigerada Festa do PIX
 
Esses discursos evidenciam um cenário político marcado por tensões, interesses conflitantes e uma lamentável falta de consenso sobre o que realmente é justo e necessário para Caeté.
 
A Votação: Vitória da Impunidade
 
A votação foi decisiva para determinar o destino político de Fúlvio Brandão, mas não alcançou o resultado esperado pela população. Eram necessários 9 votos favoráveis à cassação; no entanto, a soma chegou apenas a 8, sendo os demais:
•3 abstenções (Vereadores Claudinei do Vale, Serginho e Pardal) que foram cruciais para o arquivamento da denúncia.
•1 voto contrário do próprio acusado.
•1 ausência, vereadora Silvinha.
 
Dos quatro vereadores de oposição, apenas o vereador Jhonata Júnior, não se absteve, e votou favorável à cassação do vereaor Fúlvio Brandão.
 
As três abstenções, que podem ser interpretadas como neutralidade, na prática foi um escudo para proteger um colega vereador, permitindo que ele escapasse mais uma vez de prestar contas à população.
 
O Que Está em Jogo
 
A decisão de hoje não é apenas sobre o mandato de Fúlvio Brandão. É sobre a credibilidade da Câmara Municipal, a confiança da população e a mensagem que se transmite à cidade de Caeté: em uma casa que deveria ser o pilar da democracia e da justiça, os interesses particulares ainda pesam mais do que a responsabilidade pública.
 
Para os cidadãos de Caeté, este é mais um golpe na luta contra a corrupção e os desmandos que há anos corroem a política local. Não se trata apenas de um vereador que escapou de punição, mas de um sistema que, diante de denúncias graves e clamor popular, escolhe fechar os olhos.
 
Quando a Justiça Será Feita?
 
O caso de Fúlvio Brandão é emblemático. Após meses de liminares, brechas jurídicas e adiamentos estratégicos, sua permanência no cargo é garantida mais uma vez por articulações políticas e pela omissão de colegas vereadores. Em um momento em que a cidade clama por renovação e ética, o resultado de hoje representa um passo atrás.
 
Enquanto Caeté segue sofrendo com a corrupção e a falta de transparência, o que resta é a indignação da população e o desejo de que, em um futuro próximo, os responsáveis por tais retrocessos sejam cobrados não apenas nas urnas, mas também pela história.
 
A Câmara Municipal de Caeté teve a chance de dar um exemplo de justiça. Escolheu, em vez disso, perpetuar um ciclo de impunidade. Que essa decisão não seja esquecida e que os cidadãos de Caeté continuem a lutar por uma política verdadeiramente limpa e comprometida com os valores que defendemos: verdade, liberdade e justiça.
 
A história ainda não terminou, mas hoje ela registrou mais uma página de vergonha.
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