Após anos de espera, o ex-prefeito de Caeté, Lucas Coelho (AVANTE), será julgado no próximo dia 4 de fevereiro de 2025 pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, acusado de improbidade administrativa. O caso, que remonta a 2018, gerou grande repercussão e questionamentos sobre o ritmo lento da Justiça e os desdobramentos políticos que favoreceram a perpetuação do poder na cidade.
As Acusações e o Julgamento
Lucas Coelho foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais por utilizar carros oficiais para transportar seus filhos a uma escola particular em Sabará, configurando, segundo a denúncia, desvio de finalidade. O ex-prefeito alega que se tratava apenas de uma carona.
Se condenado, poderá ficar inelegível por 8 anos, conforme previsto pela Lei da Ficha Limpa, além de estar sujeito a penas que variam entre 2 e 12 anos de prisão e à devolução de valores ao erário.
A lentidão no julgamento permitiu que, mesmo com denúncias graves, Lucas Coelho fosse reeleito em 2020 e que seu grupo político continuasse no poder. O atual prefeito, Alberto Pires, eleito em 2024, é sucessor direto de Lucas, e o processo só foi agendado após a vitória do aliado ser anunciada.
Histórico de Denúncias e Escândalos
Além do caso de improbidade administrativa de 2018, Lucas Coelho e seu grupo político acumulam outros episódios controversos que marcaram a política de Caeté:
• Condenação por Uso Indevido de Imóvel Público: Em dezembro de 2024, Lucas e seu irmão foram condenados em 1ª instância por usarem um imóvel público para realizar uma festa de casamento privada para o irmão do ex-prefeito.
• A Polêmica “Festa do PIX”: No Dia do Trabalhador, em 2024, uma festa com 1.600 servidores públicos chamou atenção nacional. Durante o evento, vereadores aliados, o vice-prefeito e outros envolvidos distribuíram valores em dinheiro e PIX, caracterizando abuso de poder político e econômico. Curiosamente, Lucas Coelho, embora fosse apontado como figura central do grupo político, não foi denunciado neste caso.
Reflexão sobre a Justiça e a Política em Caeté
O julgamento de Lucas Coelho ocorre em um momento emblemático para Caeté, expondo a relação entre a morosidade judicial e os desdobramentos políticos. Caso a Justiça tivesse agido com celeridade em 2018, é possível que outros escândalos não tivessem ocorrido, e o cenário político atual fosse diferente.
Para muitos, o processo representa não apenas o julgamento de um ex-prefeito, mas também um teste para o sistema de justiça e para a integridade democrática da cidade. A impunidade prolongada compromete a confiança da população nas instituições e fortalece estruturas de poder que se perpetuam, mesmo diante de denúncias graves.
Próximos Passos
O julgamento de Lucas Coelho será um divisor de águas para Caeté. Além de representar uma oportunidade de fazer justiça, pode influenciar diretamente o futuro político da cidade. A sociedade civil e as instituições precisam estar atentas aos desdobramentos, reforçando a importância de um sistema político e judicial que priorize a ética, a transparência e o respeito à lei.
Fique ligado em nosso Portal para mais informações sobre o caso e a cobertura completa do julgamento em fevereiro.
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